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Pain Confessor - "Incarcerated" Review


First things first, embora este lançamento já date de 2012, nunca é tarde para se descobrir boa música, ainda para mais quando Incarcerated, o quarto disco dos finlandeses Pain Confessor, ficou longe do reconhecimento que eventualmente merecia. O que é pena porque a banda criou qualquer coisa de bem interessante aqui. 

Na necessidade de rotular o seu som, a tag Melodeath é inevitável, no entanto a sua sonoridade acaba por ir um pouco além disso. Ao invés das guitarras se desdobram em solos de 2 em 2 minutos como Be’lakor ou num The Gallery dos Dark Tranquillity, só para citar dos exemplos mais preponderantes, estas estão mais preocupadas em marcar um certo peso, através de alguns riffs muito na onda thrash, que nos transportam mais para o universo At the Gates do que outra coisa, aliada a isso, uma bateria bem potente por vezes entrando mesmo no campo dos blast beats como em Vitriol. O que não quer dizer que o disco seja parco em melodia, mesmo no que diz respeito às 6 cordas, há aqui alguns solos bem conseguidos, sendo que a esta acaba por maioritariamente emanar dos teclados a cargo de Pasi Laihanen, ainda que estes nunca assumam um papel de demasiado destaque ao longo do disco, servindo quase sempre com elemento de adorno. Por outro lado a voz de Make Kiv para além dos registos mais extremos, por vezes entoando mesmo gritos próximos do black metal, também tem a sua componente mais melódica que abrilhanta refrões como os de Oceans of Sickness, Gravel ou Serpent Spine que, por coincidência, acabam também por ser três dos melhores temas contidos em Incarcerated, com destaque especial para o primeiro.

Em suma, 10 temas de melodeath apimentado, uns melhores que os outros naturalmente, mas que servem como excelente ponto de partida para descobrir a carreira de um colectivo que já vai com 4 discos de estúdio. Resta esperar que não seja tarde de mais, e que esta review venha ainda a tempo de alertar algumas pessoas para este diamante em bruto, algures perdido no ano de 2012.

Nota: 8.6/10

Review por António Salazar Antunes